PESQUISADORES

 Simone

Profa. Dra. Simone Alexandre Martins Corbiniano

Descrição pessoal

Doutora em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Goiás com a tese: Saber Escolar e Valores da Razão. Mestrado em Educação pelo mesmo programa com o título Educação como Formação Humana em Kant, sendo orientada pelo prof. Dr. Ildeu Moreira Coêlho. Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Desenvolve ensino na área de Filosofia e Educação, realiza projetos de pesquisa com ênfase na formação humana, racionalidade do saber escolar, fundamentos epistemológicos da educação e do ensino, ética e psicologia, atuando nos cursos de Pedagogia e Psicologia da Faculdade de Educação/UFG. É membro integrante do Grupo de Estudos de Filosofia e Educação da Faculdade de Educação/UFG; tendo atuado na escrita e organização de obras como:  O Pensar filosófico, a cultura e a formação humana: homenagem a Ildeu Moreira Coêlho, Ed. Mercado de Letras. Publicando também em revistas científicas como Educação e Realidade –UFRGS: A experiência ético-formativa da psicanálise e a interlocução com Kant.  Educação e Filosofia da UFU: Condições lógico-históricas do conhecimento e formação: contribuições da epistemologia dialética. Educação Sociedade da USP: Imaginação, racionalidade e educação: bases da criação e do conhecimento.

Áreas de interesse:

Filosofia e História da Educação. Estudos com ênfase na formação humana e pensamento grego. Racionalidade do saber escolar moderno. Valores de conhecimento, epistemologia, história dos saberes e educação. Conhecimento objetivo, imaginação e educação.

Projetos de Pesquisa:

  • Formação, Imaginação e Pensamento: Estudo dos valores de conhecimento e suas implicações na cultura e educação modernas
  • Dimensão epistemológica da formação docente na mudança curricular do curso de pedagogia da FE/UFG nas décadas de 1980 e 1990

 

Correio Eletrônico: simone.corbiniano@ufg.br

Correio Eletrônico: simone.corbiniano@ufg.br 

Acesso aos livros e artigos publicados: 

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4768102452681204

ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1359-6520

Pesquisa:

DIMENSÃO EPISTEMOLÓGICA DA FORMAÇÃO DOCENTE NA MUDANÇA CURRICULAR DO CURSO DE PEDAGOGIA DA FE/UFG NAS DÉCADAS DE 1980 E 1990

                                                                                              Simone Corbiniano

 

Esta pesquisa estuda a dimensão epistemológica da formação docente, pressuposta na mudança curricular do curso de Pedagogia da UFG, que abandonara as habilitações – administração, supervisão, orientação e inspeção escolar do pedagogo –, em favor da docência como sua natureza fundante, no início da década de 1980 (UFG/FE, res. 207, 1984). A questão central da pesquisa é perscrutar se o currículo aprovado na FE/UFG foi efetivamente implementado. Busca-se compreender os pressupostos teóricos do curso de pedagogia vigentes antes da mudança curricular de 1984, bem como aqueles que resultaram no então novo currículo. O que se propõe não é a investigação das mudanças nos currículos, procurando as contabilizações de créditos por disciplinas e o lugar delas no curso, as alterações das ementas, ou critérios de avaliação dos alunos pelo professor; mas buscar compreender se o entendimento de que o pedagogo é um docente fora implementado.

Não se procura uma resposta ou uma possível solução considerando o tempo cronológico, mas busca-se compreender a composição lógica (VERNANT, 2002). Todavia, o tempo cronológico – décadas de 1980 e 1990 – é o recorte que marca o entusiasmo pela ideia de participação, e que resultou na definição do pedagogo como um docente, bem como, em meados dos anos de 1990, redundou na perda do entusiasmo, o que  nos leva a afirmar que o currículo, apesar de ter sido aprovado, não foi implementado.

O prosseguimento da pesquisa abrange estudos específicos, voltados aos princípios implicados no pensamento educacional de intelectuais que exerceram uma participação significativa no debate político, pedagógico e epistemológico que puseram em questão a formação teórico-prática de professores, bem como a formação do pedagogo tendo como eixo fundamental a docência.

Compreendido em seu sentido fundante, o pedagogo é o Professor. Por outras palavras, um didáskalos, aquele que sabe ensinar, não porque aprendeu as técnicas de ensino, um modo apropriado de ensinar crianças e adolescentes, mas, sobretudo, porque aprendeu o sentido da vida em sociedade, posto ser o homem, por natureza, social (ARISTÓTELES, 2009).

A formação humanística do pedagogo pressupõe o cultivo do pensamento, uma tarefa crítica por natureza, o que pressupõe o diálogo entre diferentes saberes com um destino comum: a sensibilidade, a imaginação, e o pensamento. Ainda que permanentemente menosprezada, maculada pelo roteiro da cultura utilitária, a formação para além do imediato, prepara o sujeito da cultura, que saiba cultivar a formação em sentido permanente. Ou seja, o professor deve ser aquele que cultiva a vida acadêmica, e não alguém que simplesmente faz um determinado curso e se torna o especialista.

Assim, o pedagogo é o próprio docente que, bem formado, sabe o que é a sala de aula, o planejamento cuidadoso de uma aula, a coordenação da escola e da administração do interesse coletivo da escola e da sociedade ali constituída. O novo pedagogo não seria um generalista, mas alguém que antes de ser um gestor ou avaliador dos outros, é primeiramente um professor per si.

A pesquisa conclui, ainda que parcialmente, que atualmente, quando as ideias reformistas e seus aspectos operacionais mais se destacam e se expandem, sem dúvida parece paradoxal insistir na ideia de um projeto crítico e democrático da razão, da formação humana, e da formação de professores, bem como da formação do pedagogo. De todo modo, contra as pretensões da pedagogia pragmática fundada nas habilitações, nos conteúdos e técnicas, cabe pensar, sob outros princípios, que a formação humana em geral, e a formação do professor em específico, é o que está em questão na realização de todo projeto de sociedade

Palavras-chave: Pedagogia, Currículo, Formação, Epistemologia.

 

REFERÊNCIAS

 

ARISTÓTELES. Etica a Nicômaco. Trad. e notas de Antônio de Castro Caeiro. São Paulo: Atlas, 2009.

 

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2015. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base  Acesso em: 10 abril 2022.

 

BRASIL. Resolução CNE/CP nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Disponível em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file Acesso em 15 abril 2022.

 

CHAUÍ, Marilena. O que é ser educador hoje? Da arte à ciência: a morte do educador. In. BRANDÃO, Carlos R. Educador vida e morte. 7ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986.

 

COÊLHO, Ildeu Moreira. Realidade e utopia na construção da universidade: memorial. 2ª ed. Goiânia: Editora da UFG, 1999.

 

_____. A questão política do trabalho pedagógico. In. BRANDÃO, Carlos R. Educador vida e morte. 7ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986.

 

FREIRE. Paulo. Educação: sonho possível. In. BRANDÃO, Carlos R. Educador vida e morte. 7ª ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1986.

 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS. Resolução CCEP Nº 207 de 27 de janeiro de 1984. Fixa o Currículo do Curso de Pedagogia da Universidade Federal de Goiás e dá outras providências. Goiânia, 1984.

 

VERNANT, Jean-Pierre. Entre Mito e Política. 2ª ed. Trad. Cristina Murachco. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo – Edusp. 2002.